Dossiê Inquietações sobre o ser, o ter e o fazer na sociedade do século XXI

2023-04-24

Organizadores: Adriano Rosa da Silva, doutor, Universidade Santa Úrsula; Marcelle Rossi de Mello Brandão, mestre, Universidade Santa Úrsula; Fernando Bessa Ribeiro, doutor, Universidade do Minho; Anderson Moebus Retondar, doutor, Universidade Federal da Paraíba.

No início do século XXI o fenômeno da globalização e do capitalismo acelerado marcam a emergência de uma sociedade que convencionamos chamar de sociedade do conhecimento. Compreendemos o conhecimento construído socialmente e intimamente ligado ao contexto histórico e cultural em que é produzido. Agregamos a esse contexto as transformações emergentes provocadas pelo avanço do conhecimento científico e tecnológico que produzem o efeito da aceleração nos diversos campos da vida social. As redes de conexões e diversas tecnologias multiplicam a informação e a comunicação, estabelecendo a informação como um elemento central da conectividade humana impensada antes. Processamos, armazenamos, recuperamos e comunicamos instantaneamente e simultaneamente em diversos formatos e em tempo real. Mesmo com todas essas mudanças ainda enfrentamos problemas graves como a fome, a desigualdade e a exclusão. As mudanças são aceleradas e estabelecem zonas limítrofes entre diversos tipos de temporalidades e vivências, como se em um mesmo momento pudéssemos observar o passado, o presente e o futuro. Trabalho, emprego, saúde, qualidade de vida, lazer, realidade, criatividade, empoderamento, diversidade, entre outras categorias do conhecimento, são ressignificadas e ditam novos parâmetros para a existência. Nesse contexto, é necessário questionar como podemos aproveitar a era digital considerando a garantia dos direitos básicos de todos os seres humanos. Como podemos nos valer da tecnologia e dos avanços da comunicação para promover uma sociedade mais justa e igualitária, que respeite a dignidade de cada indivíduo? Como podemos utilizar a tecnologia para combater a fome, reduzir as desigualdades e eliminar a exclusão? Produzir conquistas e avanços sociais nessa direção também passa pela percepção do indivíduo e da própria identidade no contexto social, refletidas em comportamentos quer reforçam a construção e realização dos direitos e deveres individuais e coletivos. Refletir sobre o significado de ser, ter e fazer atualmente nos remete à noção fundamental da dignidade da pessoa humana. A busca por essa dignidade nos desafia a lidar com os novos paradigmas de conhecimento que surgem a todo momento, seja no âmbito do público ou privado, sem poder deixar de lado as questões antigas que ainda precisam ser resolvidas. Assim, é preciso buscar um equilíbrio entre o novo e o antigo, entre a tecnologia e a humanidade, para construir um mundo mais justo e solidário. É hora de repensar nossas prioridades e valores, e nos comprometermos a construir uma sociedade mais inclusiva, onde cada indivíduo seja valorizado e respeitado em sua dignidade. Entendemos que essa nova sociedade do conhecimento prescinda cada vez mais da educação e da formação profissional dos indivíduos, oportunizando a reflexão crítica sobre uma formação que tenha como centro a perspectiva cidadã, valorizando a cultura local e global naquilo que são convergentes e que estimule a subjetividade de indivíduos atentos à ética e a responsabilidade social, para lidarmos com a desestruturação e as descontinuidades, ou ainda como diz Bauman (2010) “ com o derretimento dos sólidos”, nas dinâmicas e constantes conflitos de naturezas diversas em nosso tempo presente. Esses elementos precisarão estar no foco de uma educação para o futuro. Abrigar temáticas relacionadas às múltiplas possibilidades do ser, do ter e do fazer na sociedade do século XXI em seu viés interdisciplinar é o que instiga os organizadores deste dossiê a convidar pesquisadores e pesquisadoras a participar com suas contribuições sobre essas inquietações que nos cercam. Reafirmamos nosso compromisso com a produção de um conhecimento colaborativo e de livre acesso que nos ajude a refletir acerca da relevância e visibilidade dos problemas contemporâneos, a partir de sua dimensão pública e privada.

 

Solicitamos aos autores que sigam as regras da revista que estão disponibilizadas no link: Diretrizes para Autores. Os artigos deverão ter 10 a 12 páginas incluindo referências bibliográficas. A submissão dos artigos deverá ser realizada até o dia 30 de junho de 2023 no site da revista, no link:

http://lexcultccjf.trf2.jus.br/index.php/LexCult/about/submissions

 

Ressaltamos a necessidade do preenchimento, nos metadados da submissão, da sua instituição de vinculação, do resumo da sua biografia e do link do seu código Orcid (lembrando que é necessário retirar o “s” em “https” do link do Orcid).

 

DATAS IMPORTANTES

Prazo final de submissão: 30 de junho de 2023

Previsão de publicação: setembro de 2023